sábado, 5 de janeiro de 2013

Review: Resident Evil 6


Review: Resident Evil 6



Resident Evil 6 é o maior sucesso de 2012 até o momento. Em apenas dois dias, o game bateu a marca de 4,5 milhões de cópias vendidas. Só esse número já é suficiente para dimensionar a expectativa.
É claro que grandes esperas geram polêmicas. Assim como seus dois antecessores, RE6 dividiu a opinião do público de forma radical. Não por acaso. A Capcom realmente lançou um projeto ousado.
O maior game da série
Resident Evil tem gerado divergências entre os fãs desde RE4, quando a produtora resolveu investir em um game de ação, deixando de lado o terror psicológico e os sustos característicos dos títulos anteriores.
Dessa vez a empresa buscou ir além. Quis agradar seu público antigo e, ao mesmo tempo, conquistar novos fãs. Para isso lançou um game que, na verdade, é um “quatro em um”. São quatro campanhas paralelas que se cruzam e trazem estilos de jogo bem diferentes.
A ideia é ambiciosa e o resultado é positivo. O jogo tem aproximadamente 24 horas de gameplay com enredos bem interessantes que fazem o jogador querer completar tudo para ser premiado com todos os pontos de vista da mesma história.

Reprodução 


Campanhas diversificadas
A princípio, é possível começar por três campanhas que trazem os clássicos protagonistas da série ao lado de novos e carismáticos personagens.
Leon (de RE2, RE4 e outros) é acompanhado pela agente Helena em cenários apocalípticos que remetem à saudosa Raccoon City. Sua campanha é a que mais representa a essência da série, com zumbis que realmente parecem mortos-vivos. Mesmo assim, não pode ser classificada como um “Survival Horror”, uma vez que não proporciona medo em nenhum momento.
Já na campanha do novato Jake (filho do vilão Wesker), ele é acompanhado por Sherry (RE2). Ambos enfrentam os J’avos – vítimas de um ataque bioquímico chamado C-Virus. Diferentes dos zumbis tradicionais, esses inimigos são bem ágeis, inteligentes e costumam andar armados até os dentes.
Já o veterano Chris (de RE1 e outros) é acompanhado pelo soldado Piers em uma campanha que chega até a exagerar na ação. Os inimigos também são os J’avos, mas, na maior parte do tempo, você conta com mais homens ao seu lado e cenários mais abertos que dão um ar de “Gears of War” para o jogo.
Por fim, ainda há a campanha de Ada Wong (RE2 e RE4). Ela só é liberada quando você completa as outras três aventuras. Assim como em RE4, ela é essencial para você entender todo o enredo do game.
A forma em que as narrativas se entrelaçam é bem bacana, mas nada muito genial. Funciona como um pequeno agrado e um ‘spoiler’ do que você encontrará nas outras campanhas. De qualquer maneira, o enredo é bom e chega a lembrar diversos filmes lado B de terror.
As histórias de Chris e Jake são as que mais levantam divergências entre os fãs puritanos. Afinal de contas, é bem estranho você sair de um apocalipse com zumbis lentos para monstros mascarados com metralhadoras na mão em uma mansão chinesa. Se você parar por um instante e desconsiderar toda a expectativa que há em torno do nome Resident Evil, perceberá que ambas as campanhas trazem diversão do mesmo jeito.

Reprodução
Bugs
Por ser tão ambiciosa, a Capcom comete escorregões em RE6. Os principais deles são os diversos bugs espalhados pelo jogo. Eles não chegam a ser um grande incômodo, mas podem fazer você morrer algumas vezes graças às falhas na programação. Além disso, a quantidade de erros no game é significativa para um título desse porte lançado em 2012.
O jogo permite atirar pela parede, atravessar objetos, abusar no ganho de pontos de habilidades, entre outras coisas. Abaixo, você confere uma seleção de vídeos que encontramos no YouTube e que mostram esses defeitos.



Gráficos
Outro ponto que fica devendo são os gráficos. Não que eles sejam feios ou algo do tipo – na verdade são bem bonitos. Mas basta uma olhada mais atenta para ver diversos polígonos quebrados e texturas mal acabadas.
Dada a constante troca de cenários e os jogos de luz e sombra que a Capcom utiliza para disfarçar tudo isso, esses erros chegam a ser perdoáveis.
Jogabilidade
A jogabilidade é basicamente a mesma de sempre. A câmera ainda muda o ângulo repentinamente, atrapalhando o jogador em alguns momentos. No entanto, tudo isso colabora para manter o clima de tensão e medo de um inimigo fora do seu campo de visão aparecer do nada.
Algumas novidades básicas finalmente foram inseridas. Agora é possível mirar e andar ao mesmo tempo e atirar quando você está deitado no chão – o que facilita muito as chances de sobreviver em casos de desespero.
Também dá para sair correndo e deslizar. A possibilidade é interessante, mas a execução é péssima. Os personagens não tem habilidade nenhuma para isso, fazendo com que você sempre queira evitar esse recurso.
Ainda há algumas personalizações interessantes, como poder alternar entre a mira em forma de cruz ou laser. Os combates corpo a corpo foram muito valorizados, fazendo com que diversas vezes fique fácil abrir mão de suas armas e partir para a pancadaria.
Além disso, a interação com o cenário ainda deixa muito a desejar. É bizarro você ver o protagonista pular de um helicóptero em algumas cenas, para em alguns cenários ele ser incapaz de passar por uma cadeira ou atravessar uma cortina.
Os inimigos são bem variados e interessantes. Os chefões também estão bem espalhados e oferecem bons desafios e exigem que você gaste muita munição.
De qualquer forma, a jogabilidade é eficiente o suficiente para proporcionar uma boa aventura e diversão.

Reprodução
Modos de jogo
Todas as campanhas – exceto a de Ada – podem ser jogadas de forma cooperativa online ou offline. Isso é muito bom principalmente pelo fato de ser um dos poucos games atuais que permitem chamar um amigo para jogar ao seu lado sem precisar de internet.
Também há o modo 'Agent Hunt', que apesar de oferecer proposta interessante, torna-se entendiante com o tempo. Você pode jogar com um inimigo e entrar no meio da história de outro jogador para tentar prejudicá-lo. No entanto, os monstros são absurdamente lentos e inferiores aos protagonistas.
Por fim ainda há o modo 'Mercenaries', presente em RE4 e RE5. O sistema ainda é o mesmo: você está em um cenário limitado com o único e simples objetivo de matar o maior número de adversários possível.

Reprodução
Conclusão
Resident Evil 6 é um bom jogo. É capaz de fornecer horas de diversão e um enredo digno da série. Infelizmente há momentos de frustração que podem fazê-lo abandonar o controle após morrer por falhas de programação ou desanimar diante de defeitos gráficos.
O tempo todo é possível notar o esforço da Capcom em criar uma experiência única e inovadora para os jogadores. É bem claro o fato de que o jogo foi comandado por muitas cabeças diferentes. O resultado é cheio de altos e baixos, porém agradável no geral.
Os diferentes modos de jogo, principalmente os cooperativos, ainda podem segurar você por algumas horas após zerar o game. Mas também não é nada que deve fidelizar muitos jogadores.
A jogabilidade não é das melhores, mas também não é inferior àquela que consagrou a franquia. E é suficiente para aproveitar o jogo e enfrentar bons desafios.
Por fim, vale ressaltar que a Capcom já prometeu a correção de diversas falhas em uma atualização que deve sair no início de dezembro.



* Review feito com game cedido pela UZ Game

Nenhum comentário:

Postar um comentário