terça-feira, 2 de outubro de 2012

Review (THE ELDER SCROLLS V: SKYRIM)



Depois de dezenas horas de jogo eu tive de falar pra mim mesmo “tenho de parar tudo e zerar, senão não vou conseguir fazer o review”. Só um jogo tão grande como Skyrim pra fazer com que a gente passe tanto tempo assim em frente a tela. O pior é que depois de todas essas horas, não sei nem por onde começar o texto. Pelos impressionantes visuais? Pela fantástica estória e o rico lore? Pelo combate tático e emocionante? Pelas opções de crafting? Ou pela incrível sensação de liberdade de poder fazer o que quiser quando quiser? Skyrim é sem dúvida um dos melhores, senão o melhor RPG que já joguei. Uma obra-prima que dificilmente alguém é capaz de enxergar qualquer defeito.
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Skyrim é um dos melhores, senão o melhor RPG que já joguei
Nesse review eu joguei a versão para PC, se bem que os consoles receberam versões visualmente muito parecidas. O jogo teve alguns problemas de texturas no Xbox 360, de saves no Playstation 3, e alguns bugs no PC. Sem contar alguns problemas que tive com vozes, ou personagens que andavam esquisitamente. Mas o que já não foi imediatamente resolvido está recebendo a atenção da Bethesda com vários patches de correção.
Skyrim é um jogo muito bonito, mas isso não o torna necessariamente pesado. Roda com sólidosframerates nos consoles, e no PC uma placa de vídeo de 2 anos atrás ainda é capaz de rodar o jogo no High. Seja cavalgando pelas montanhas com um horizonte a sua frente, ou explorando a mais perigosa dungeon, é impossível não notar o nível de detalhe. Eu particularmente me admiro quando eu invado esconderijos inimigos e me deparo com toda parafernalha de móveis e utensílios domésticos, o que faz total sentido já que aqueles bandidos vivem ali. Isso mostra como os desenvolvedores tomaram tempo com detalhes, tornando a experiência de jogo muito mais imersiva.
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O jogo é muito bonito, mas nem por isso é pesado

As músicas também merecem muitos elogios. Cavalgando pelas montanhas, você escuta uma canção nórdica tocando de fundo, dando um belo toque à paisagem a sua volta. Ou quando você trava uma batalha contra um dragão, o tema do Dovahkiin é cantado em toda sua glória, tornando a batalha tão épica quanto possível. Outra coisa que me interessou muito também foram os bardos, que cantam canções de estória e bravura do mundo de Tamriel. Um CD com a trilha sonora do jogo certamente vai ser muito bem vinda à minha coleção.
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Minha nova aspiração é ser um bardo
A estória do jogo envolve o importante papel do seu personagem no conflito de Skyrim contra o recente reaparecimento dos dragões. Você é o Dovahkiin, ou Dragonborn, capaz de usar certos poderes que você ganhou com seu nascimento especial. Descobrir seu destino e o que acontece no mundo é uma jornada muito interessante, onde os acontecimentos podem ser vistos de vários pontos de vista. E quanto mais você conversa com os NPCs, ou mais você faz quests, mais cresce seu interesse pelo continente e seus habitantes. Não é preciso ter jogado os Elder Scrolls passados pra entender o que está acontecendo, ou mesmo ler as centenas (senão milhares) de livros disponíveis nas bibliotecas dentro do jogo. Mas quanto mais você saber do lore, mais vai se absorver na estória.
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Quanto mais você conhecer do lore, mais vai se absorver na estória do jogo
Skyrim não tem nada de linearidade, e você só continua a estória principal quando e como quiser. Não tem limites ou janelas de tempo pras coisas acontecerem, e você pode adiar indefinidamente aquela batalha com o chefe supremo. Essa liberdade é o grande charme dos jogos passados, e o que faz de Skyrim um RPG tão grande e complexo. Algumas pessoas, por exemplo, passam dezenas de horas apenas nas primeiras cidades, tomando parte em seus conflitos, resolvendo os problemas das pessoas, e visitando as dungeonsque estão em volta. Outros preferem ir direto ao assunto, avançando para lugares mais importantes e procurando inimigos mais poderosos (e melhor loot). Em resumo, o que você quer ou não fazer depende exclusivamente da sua vontade.
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Quer ignorar tudo e ficar fazendo dungeons? Você tem total liberdade pra fazer o que quiser.
Ah, e gostaria de citar também que o mapa é simplesmente enorme. Não sei nem como contar a quantidade de dungeons ou quests disponíveis, mas é algo entorno do humanamente impossível de completar 100%.
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Com pouco tempo de jogo seu mapa já fica superlotado de localizações
Se a estória e as quests não tomarem toda a sua vida, o sistema de crafting definitivamente vai fazer isso. Ampliado em relação aos seus antecessors, está dessa vez mais envolvente e mais útil. Ele funciona mais ou menos como em um MMO: conforme você vai fazendo os itens, eles sobem sua hablidade de nível; quanto mais nível, melhores os itens que você pode fazer. Eu por exemplo já investi não sei quanto tempo em Smithing, procurando minérios especiais, produzindo armas e armaduras e dando vários upgrades. Sem contar o outro enorme tempo investido em Enchanting, pra que eu possa colocar propriedades mágicas nos itens que eu faço. Mas quando eu olho para os lados, vejo que ainda nem toquei em Alchemy ou Cooking. Você vai se ver dedicando muito tempo ao crafting, porque vai perceber o quão útil ele pode ser pro seu personagem. E como o sistema em si também é muito bem feito, você não vai encontrar grandes barreiras além do tempo investido.
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Espere torrar dezenas de horas em crafting
Skyrim tem um sistema de personagens que segue a linha de Oblivion, mas com alguns upgrades muito bem vindos. Você escolhe sua raça no início (cada uma tem uma série de bônus), e um pouco depois seu estilo de jogo (warrior, thief ou mago). Mas suas habilidades e a forma como você joga não é determinada por essas decisões inicias, e você é livre pra fazer o personagem que quiser. Eu por exemplo adoro o guerreiro com escudo, mas isso não impede também que eu tenha magias, ou habilidade com o arco.
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A sua escolha no início não necessariamente limitam suas ações durante a aventura
Os níveis são ganhos subindo suas habilidades, seja em combate ou crafting. As de crafting sobem conforme você faz os itens, e os de combate sobem com a prática. Solte mais magias de destruição e sua habilidade nesse tipo de magia vai subir. Dê espadadas com a mão direita e sua skill de one-handed weapons vai aumentar. Leve dano de monstros e a habilidade da armadura que você está usando também sobe. Quanto mais sobem as habilidades, mais sobe seu nível. E quando você passa de nível pode escolher um bônus de status (life, mana ou stamina) e ganha um ponto de talento (um adeus aos antigo sistema de atributos). Vale lembrar que o jogo não usa a mecânica do “XP”, e você não sobe de nível fazendo quests ou simplesmente matando monstros.
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Pra subir de nível você tem que subir suas skills, como Heavy Armor ou Smithing
O novo sistema de pontos de talento (ou perks) é uma novidade muito bem-vinda em relação aos jogos antecessores. Você pode subir os talentos que quiser, melhorando sua perícia e até ganhando novas habilidades. Em Oblivion você escolhia um tipo de jogo (ex. espada e escudo) e da mesma forma que você enfrentava os inimigos no começo, enfrentava também no final. Mas com o novo sistema de talentos isso mudou. Agora você ganha novas coisas capazes de mudar seu estilo de jogo, como por exemplo, juntar o poder de duas magias, frear o tempo ou ganhar um novo power attackEnquanto que em Oblivion você queria subir de nível apenas pra ficar mais forte, em Skyrim você quer subir de nível toda hora pra pegar novos pontos.
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O sistema de talentos adiciona ainda mais escolhas pro seu personagem
O combate é bem fiel à série Elder Scrolls, com uma boa ação tática em primeira pessoa. É possível também jogar em terceira pessoa, mas sempre achei que essa forma não é capaz de tornar o combate tão pessoal quanto em primeira. A grande novidade de Skyrim é a possibilidade de se equipar uma coisa na mão direita e outra na esquerda. Você pode, por exemplo, equipar uma espada e um escudo, ou uma espada e uma magia, ou mesmo duas magias diferentes. Casado com o novo sistema de talentos, isso abre um grande leque para estilos de jogo. É uma questão de escolher como jogar, auxiliado também pelo fato de que o jogo não tem aquela combinação super poderosa que todo mundo quer adotar. Se você olhar pela internet, ou conversar com seus amigos, todos vão dizer que seu estilo de jogo é o melhor. E isso é uma prova de que o combate, em suas várias formas, ganhou total atenção pra fazer com que qualquer escolha se tornasse viável e divertida.
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Você pode tentar várias combinações de combate, até essa de magia e escudo
Espere enfrentar monstros dos mais variados tipos. Magos, guerreiros, bandidos, aranhas, esqueletos e, é claro, muitos dragões. Dependendo do nível de dificuldade que você escolheu, cada um deles pode ser uma batalha bem desafiadora, mas nunca impossível. Com tantas ferramentas a seu dispor, como poções e scrolls, seu sucesso em algumas dungeons depende da sua boa preparação ou não. E com a adoção de mecânicas de combate mais ativas, você vai perceber que esse é o Elder Scroll que mais depende de tática e habilidade do jogador.
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Skyrim tem algumas animações bem violentas quando você mata alguns inimigos
Quanto aos equipamentos e itens pra tornar seu personagem mais forte, bem, não sei nem por onde começar. No mundo de Skyrim praticamente tudo é “pegável”. Todo inimigo usa equipamentos como armas e armaduras, e toda vez que você mata alguém, ele dropa tudo o que tem. Isso é tão extremo que se, por exemplo, um NPC te oferece dinheiro por uma quest, você pode matá-lo que o dinheiro certamente vai aparecer no corpo. O rei usa uma espada malzona? Você pode matá-lo e pegar a espada pra você. As possibilidades e combinações de itens são enormes, e todas tem um grande impacto no seu personagem. Pra quem gosta de passar os diálogos e ir atrás de aventura e muito loot, Skyrim com certeza vai impressionar.
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É tanto item que as vezes fica difícil escolher o que equipar
Eu poderia escrever páginas e páginas sobre o jogo, e mesmo assim não falar das muitas possibilidades que ele te oferece. Mencionei que você pode ser um super ladrão, roubando lojas e casas, e até ser preso e fugir da cadeia? Que você pode comprar uma casa e decorá-la por completo? Que pode virar um lobisomem ou um vampiro, e depois procurar por uma cura? Que pode se aliar às forças obscuras do mal e propagar medo e caos pelo mundo? Que pode caçar animais pela floresta, inclusive pássaros com o seu arco, e depois cozinhá-los em refeições que te dão vários bônus? Que dá pra contratar mercenários e equipá-los com itens a sua escolha? Ou mesmo que a versão pra PC já tem vários mods criados pela comunidade? Se um grupo de amigos seus começar a jogar Skyrim, eu tenho certeza que terão conversa pra muitas e muitas horas.
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Se acha que roubar é legal experimente passar uns dias na cadeia
Conclusão
Poderia passar dias falando de Skyrim, e mesmo assim não conseguiria arranhar sua superfície. O conteúdo é simplesmente enorme, capaz de torrar centenas de horas da sua vida. Seja tomando parte nos conflitos das quests, subindo seu crafting, ou aventurando-se nas dungeons com as novidades no combate e na customização de personagem, é impossível não notar como cada detalhe é polido e bem feito.
Tudo bem que você pode ter tido alguns problemas pra rodar o jogo no PC ou nos consoles, mas felizmente a Bethesda já resolveu a maioria deles. Problemas da mais mínima magnitude, comparados a grande quantidade de qualidades de um dos melhores RPG de todos os tempos.

3 comentários:

  1. Cara, depois do que li fiquei morrendo de vontade de jogar.

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  2. Essa semana postarei o link para baixar esse espetacular jogo de estrategia e RPG, tenho certeza que vai gostar. Abraço valeu!

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